História da Publicidade

Historicamente, a publicidade é filha da propaganda. Esta existia muito antes daquela, e encontramos as suas primeiras manifestações nas inscrições com que os reis da Assíria e da Caldeia comemoravam os seus feitos e vitórias no, frontão dos monumentos.

Desde a mais remota antiguidade, os poetas e músicos cantavam a glória dos seus Mecenas.

Todavia, os primeiros vestígios da publicidade comercial encontram-se na antiguidade romana. Não longe do registo dos leitores sobre o Forum, expunham-se tabuletas anunciando vendas ou espectáculos teatrais.

Por outro lado, é certo que em todo o mundo antigo os vendedores ambulantes apregoavam os géneros pelas ruas, assim cormo os mercadores às portas das lojas os ofereciam à venda aos transeuntes.

Na Idade Média, a propaganda dos senhores poderosos faziam os trovadores de castelo em castelo, tecendo louvores aos Robertos d'Artois e aos Carlos d'Anjou. Propaganda também o era, se o quiserem, a pregação de Pedro Eremita ou de S. Bernardo a favor da grande empresa das cruzadas.

Da propaganda provêm os estandartes, pendões, escudos e brasões de armas. E dessas formas provem a tabuleta, que viria a desempenhar no futuro uma função importante na publicidade.

A tabuleta só floresce mais tarde. No século XVI e XVII procura atrair a atenção do público com artifícios de apresentação. Confia-se a sua execução, por vezes, a verdadeiros artistas. Sacrifica-se no entanto a legibilidade à beleza artística. A tabuleta dessa época dará origem nos tempos modernos ao escudo simbólico usado à porta por certos profissionais, como os gravadores e os oculistas, por exemplo, mas muito menos pitoresco.

O cartaz aparece no século XV. O primeiro de que há memória foi impresso em Paris, no ano de 1482, destinado ao cabido de Reims para anunciar o grande perdão de Nossa Senhora.

O invento da tipografia transforma por completo o aspecto da propaganda. Daí por diante, a difusão das ideias confia-se mais ao livro do que à palavra.

Cerca dos fins do século XVI aparecem as primeiras "folhas volantes" e "novas à mão".

Em 1751, o abade Aubert lança o jornal Les Petites Annonces, o qual publica ofertas de casas à venda ou para aluguer de cargos a preencher, etc.

Em 1772, apareceu em França um cartaz anunciando o novo modelo de um guarda chuva.

Nos jornais do Império já se fazia publicidade redigida, mas foi a iniciativa de Baile Girardin que viria a  ser decisiva na história da publicidade.

Girardin estava longe de prever os artifícios a que volvidos oitenta anos, se tinha de recorrer para tornar os anúncios atraentes. Época na qual a publicidade não tinha, como hoje, de forçar a atenção de compradores expostos a milhentas solicitações.

Os anúncios de jornal tomaram logo um desenvolvimento crescente, concentrados em geral na última página. Contudo, o anúncio de grande formato era ainda raramente empregado e com grande ingenuidade.

Pode dizer-se que entre 1845 e 1900 a técnica do anúncio não teve grande progresso. Todavia o valor da publicidade na economia cresce muito depressa com o desenvolvimento industrial. A máquina e os novos métodos de produção fabril dão grande impulso à publicidade, tal como hoje a conhecemos. Desde 1880 as agências de publicidade tendem cada vez mais a tornar-se verdadeiras empresas de produção e distribuição de anúncios.

Os meios correntes da publicidade dessa época eram as publicações ilustradas, os diários, os prospectos, a pintura mural, o cartaz e, logicamente a tabuleta. Mas a técnica era fraca. Não se preocupava com o estudo prévio do mercado, nem com a psicologia do consumidor, nem com as normas racionais da paginação e da tipografia.


Foi só depois da primeira Grande Guerra Mundial que a publicidade começou a ser estudada e trabalhada metodicamente, auxiliada com vigor pelo desenvolvimento de novas indústrias, a luz de néon e fluorescente, o cinema e, sobretudo, a radiofonia. O aparecimento desta última, que se fez ouvir, enquanto os meios precedentes se dirigiam quase exclusivamente à vista, levou o anúncio ao próprio seio dos lares, o que foi de grande importância.



 Formanda: Sandra Peixoto